N 19271 – Nome de
Toureiro. Luís Sepúlveda. Edições ASA. 3ª Edição. 189 Pgs. 13x20cm.
Traduzido do Espanhol (Chile) por Pedro Tamen. 2ª Edição 1997. 121 Pgs.
13x20cm. Livro novo.
Durante os anos sombrios do nazismo, desaparece
da prisão de Spandau um valiosíssimo conjunto de moedas de ouro. Quase
cinquenta anos depois, caído o muro de Berlim, dois personagens obscuros mas
poderosos, com um passado político duvidoso, contratam, cada um por seu lado,
dois «antigos combatentes», desempregados profissional e ideologicamente, para
que partam em busca do tesouro roubado. Um, Belmonte, o que tem nome de
toureiro, aceita o encargo por amor a Verónica; o outro, Frank Galinsky,
aceita-o por um velho hábito de obediência militante cujo ideal é agora o de
enriquecer «como todos os outros».
Mas o tesouro ainda existe? Belmonte e Galinsky
chegarão a enfrentar-se? Nos tempos implacáveis que são os nossos, vencerá o
amor ou a cobiça?
Com Nome de Toureiro, Luis Sepúlveda confirmou-se como um admirável «contador de
histórias», oferecendo-nos um inesperado «romance negro» que tem como pano de
fundo uma profunda reflexão sobre as ideologias autoritárias.
Foi a 4 de outubro de 1949, na
localidade chilena de Ovalle, a mais de 300 km a norte da capital, Santiago,
que nasceu Luis Sepúlveda. Filho de um militante do Partido Comunista e
proprietário de um restaurante, e de uma enfermeira de origens mapuche (um povo indígena da região centro-sul do
Chile e do sudoeste da Argentina), Luis Sepúlveda cresceu no bairro San Miguel
de Santiago e estudou no Instituto Nacional, onde começou a escrever por
influência de uma professora de História.
Aos 15 anos ingressou na Juventude Comunista do Chile, da qual foi expulso em
1968. Depois disso, militou no Exército de Libertação Nacional do Partido
Socialista. Após os estudos secundários, ingressou na Escola de Teatro da
Universidade de Chile, da qual chegou a ser diretor. Anos mais tarde,
licenciou-se em Ciências da Comunicação pela Universidade de Heidelberg, na
Alemanha.
Da sua vasta obra – toda ela traduzida em Portugal –, destacam-se os romances O Velho que Lia Romances de Amor e História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar.
Mas todos os seus livros conquistaram em todo o mundo a admiração de milhões de
leitores.
Em 2016, recebeu o Prémio Eduardo Lourenço – que visa galardoar personalidades
ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cooperação e da cultura
ibérica –, uma honra que definiu como «uma emoção muito especial».
Para além de romancista, foi realizador, roteirista, jornalista e ativista
político. Em 1970 venceu o Prémio Casa das Américas pelo seu primeiro
livro, Crónicas de Pedro Nadie, e também uma bolsa de estudo
de cinco anos na Universidade Lomonosov de Moscovo. No entanto, só ficaria
cinco meses na capital soviética, uma vez que foi expulso da universidade por
“atentado à moral proletária”. Membro ativo da Unidade Popular chilena nos anos
70, teve de abandonar o país após o golpe militar de Augusto Pinochet. Viajou e
trabalhou no Brasil, Uruguai, Bolívia, Paraguai e Peru. Viveu no Equador entre
os índios Shuar, participando numa missão de estudo da UNESCO. Em 1979
alistou-se nas fileiras sandinistas, na Brigada Internacional Simon Bolívar,
que lutava contra a ditadura de Anastácio Somoza. Depois da vitória da
revolução sandinista, trabalhou como repórter.
Em 1982 rumou a Hamburgo, movido pela sua paixão pela literatura alemã. Nos 14
anos em que lá viveu, alinhou no movimento ecologista e, enquanto
correspondente da Greenpeace, atravessou os mares do mundo, entre 1983 e 1988.
Em 1997, instalou-se em Gijón, em Espanha, na companhia da mulher, a poetisa
Carmen Yáñez. Nesta cidade fundou e dirigiu o Salão do Livro Ibero-americano,
destinado a promover o encontro de escritores, editores e livreiros
latino-americanos com os seus homólogos europeus.
Luis Sepúlveda vendeu mais de 18 milhões de exemplares em todo o mundo e as
suas obras estão traduzidas em mais de 60 idiomas. Em Portugal, era presença
assídua na Feira do Livro de Lisboa, em sessões de autógrafos onde era bem
visível o carinho do público português pelos seus romances, e esteve presente
em quase todas as 21 edições do Festival Correntes d’Escritas, na Póvoa do
Varzim, a última das quais entre 18 e 23 de fevereiro de 2020.
A 29 de fevereiro de 2020, Luis Sepúlveda foi diagnosticado com Covid-19,
naquele que seria o primeiro caso de infeção nas Astúrias, e consequentemente
internado no Hospital Universitário Central de Astúrias, onde veio a falecer a
16 de abril.
Portes Grátis
PARA VENDA: 10€
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