N 19101 – Mutu-Ua Nguzu. Da ocupação de Cálculo Caenda
capital dos Dembos. Herói de “Les Lobes”. (Flandres). 17x23cm. 51 Pgs. Oficinas
gráficas de O Comércio do Porto 1960. Como novo.
Memória
Biográfica – David Magno. Muito raro
"Os Dembos eram territórios da maior responsabilidade
nas Colónias. Como os do Cuamato, regiam-se por diploma especial. Paiva
Couceiro, confiando ao valor de David Magno, já demonstrado no «raid» do Zenza
(1908), o Comando Militar de Lombije (Dembos Orientais) em circunstâncias tão
difíceis, não podia cometer-lhe a missão de tomar Caculo Caenda, aliás, com
cujo potentado ninguém se atrevera ainda. Os concelhos dos peritos colinais,
como as notícias respeitantes à animosidade e insubmissão do gentio, eram
desoladoras. A banza de Caculo Caenda seria inexpugnável para
uma força inferior à estimativa de 200 homens bem armados... O Comandante
Militar de Lombije não deveria arriscar-se a tal, deixando semelhante proeza
para a projectada coluna de Paiva Couceiro...
A glória que o destino
negou a tantos, estava reservada para David Magno."
(excerto de O
«Mutu-ua 'Nguzu»...)
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"A acção de Les
Lobes constitui o maior combate formal e a mais longa e dramática resistência,
comprovada pelos documentos e pela maior percentagem de baixas por
metralhadoras. Cercados pelo fogo cruzado de mil rajadas e sob uma terrífica
chuva de morteiros que os vão esfacelar ingloriamente, tentam a retirada sobre
uma trave suspensa num dreno largo e profundo, por onde rastejam um a um. Aqui
ficaram os últimos mortos e feridos pela infantaria alemã na Flandres. Miguel
Marta, morto quando disparava, é o derradeiro. Tinham cinquenta e seis horas de
fogo."
(excerto de Les
Lobes : última resistência da Batalha do Lys no sector português)
David
José Gonçalves Magno (1877-1957). Oficial do exército, publicista e etnólogo
português. "Nasceu em Lamego a 17 de Agosto de 1877 e morreu em Lisboa a
30 de Setembro de 1957. Seguiu a carreira militar, sendo promovido a alferes em
22 de Dezembro de 1906. Começou por se distinguir em Angola, ao conseguir
avançar para o interior e impor a presença portuguesa na região dos Dembos
Orientais. Combateu depois em França, durante a Primeira Guerra Mundial, onde
por feitos em combate recebeu a cruz de guerra e a cruz de Cristo com palma. A
sua acção no CEP não foi, contudo, consensual e isenta de polémica, pelo que
pediu para ser julgado pelas acusações de que foi vítima, tendo sido absolvido
e visto confirmados os seus serviços como relevantes. Mais tarde, na sequência da revolta de 3 de Fevereiro de 1927 foi
deportado para o Sul de Angola, tendo antes passado pelos Açores e Guiné.
Reabilitado foi promovido a major e em 14 de Março de 1932 optou por passar à
situação de reserva.Paralelamente à sua carreira militar exerceu intensa
actividade literária, sendo autor de diversas obras, algumas das quais escritas
com base na sua experiência de guerra, para além de ter sido membro da
Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia, da Revista Militar e da
Comissão de História Militar."
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