domingo, 10 de abril de 2022

De Angola à Contracosta 1886. II volume.










 

N 19118 – CAPELLO. (Hermenegildo C. de Brito), IVENS. (Roberto) DE ANGOLA À CONTRA-COSTA

Descripção de uma viagem atravez do continente africano comprehendendo narrativas dispersas, aventuras e importantes descobertas entre as quaes figuram a das origens do Lualaba, caminho entre as duas costas, visita ás terras da Garanganja, Katanga e ao curso do Luapula, bem como a descida do Zambeze, do Choa ao oceano. Por… e… Officiaes da Armada Real Portugueza. 1ª Edição illustrada com mappas e gravuras. Lisboa. Imprensa Nacional. 1886.

Apenas o II volume (de . in 8.º de 24x17 cm. Com  xiii, 490 págs.

Encadernação do editor decorada com estampagens com motivos africanos, palmeiras e elefantes, com sol vermelho.

Obra ilustrada com desenhos no texto, ( 10 no segundo), uma das quais de página dupla, e 2 mapas desdobráveis  no segundo volume).

Relato da exploração levada a cabo entre 1884 e 1885 por Capelo e Ivens, primeiro entre a costa e o planalto de Huíla e depois através do interior até Quelimane, em Moçambique. Continuaram, então, os seus estudos hidrográficos, efetuando registos geográfico-naturais, bem como de carácter etnográfico e linguístico. Estabelecem assim a tão desejada ligação por terra entre as costas de Angola e de Moçambique, explorando as vastas regiões do interior situadas entre estes dois territórios e que descrevem nesta obra. A missão iniciou-se a 6 de janeiro de 1884 e os exploradores regressaram a 20 de Setembro de 1885 tendo sido recebidos triunfalmente pelo rei D. Luís.

A 19 de Abril de 1883 Manuel Pinheiro Chagas, Ministro da Marinha e do Ultramar, cria por decreto uma Comissão de Cartografia com o fito de criar um atlas geral das colónias portuguesas. Por outro lado pretendia-se também a criação de um caminho comercial que ligasse Angola a Moçambique por terra. Como os territórios que iriam ser atravessados eram desconhecidos e necessitavam de ser cartografados, recorreu-se a oficiais da Marinha, os quais, já com experiência anterior neste tipo de explorações, podiam avançar mais rapidamente recorrendo aos princípios da navegação marítima. Com a criação desta ligação, criava-se também algum tipo de pretensão à soberania das terras entre as duas colónias que hoje são os territórios ocupados pela Zâmbia, Zimbabué e Malawi. Esta pretensão é conhecida como o  Mapa cor-de-rosa, cuja ideia é atribuída ao então Ministro dos Negócios Estrangeiros, Henrique de Barros Gomes, que no entanto nunca admitiu ter a ideia sido sua. Isto estava em clara colisão com o objetivo britânico de ligar o Cairo à Cidade do Cabo e desencadeou uma disputa entre o Estado português e a Grã-Bretanha que culminou no Ultimato Britânico de 1890 ao qual Portugal cedeu, causando sérios danos à imagem do governo monárquico português.

Inocêncio XI, 261. “Hermenegildo Carlos de Brito Capello, nasceu em 1839. Aspirante a Guarda Marinha em 1853, guarda marinha em 1861, Segundo Tenente em 1863, Primeiro Tenente em 1874, Capitão Tenente supranumerário em 1877, e Capitão de Fragata em 1884. Ajudante de Campo Honorário de Sua Magestade ElRei, commendador da ordem de S. Thiago e condecorado com a medalha da Expedição a Angola em 1860. Em resultado de uma exploração scientifica em Africa, conjuntamente com outro distincto official da marinha de guerra, o Sr. Roberto Ivens, de quem se tratará em logar proprio, escreveu e publicou a seguinte obra: de Benguella ás Terras de Iácca. Lisboa, na Imp. Nacional, 1881.”

 

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