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N 14680 –Foto Autografada do Arquiteto Norte
Júnior. Assinada no Tardoz. 78x107mm.
Manuel Joaquim Norte Júnior (Lisboa, 24 de Dezembro de 1878. Sintra, Dezembro de 1962) foi um arquiteto português.[.
Vida e Obra
Foi um dos mais ativos arquitetos do
princípio do século. Em 1891 ingressou na Escola
Superior de Belas Artes de Lisboa. Em 1900 termina o curso de Arquitetura Civil onde entretanto entrara
e concorre a um lugar de pensionista do Estado no estrangeiro. Estudou em Paris,
na Escola de Belas-Artes e no atelier Pascal, fazendo ainda diversas viagens de
estudo por Espanha, França e Bélgica. De regresso a Lisboa em 1904 a sua
primeira grande obra: Casa - Atelier Malhoa,
na Avenida 5 de Outubro,
em Lisboa. Esta obra marca a inauguração da sua
notável participação na arquitetura das Avenidas Novas. Em 1905 casa-se,
estabelecendo-se em Sintra e trabalhando
em Lisboa.
Contemporâneo de outros grandes
arquitetos, autores de grandes obras, como o foram José Luís Monteiro (1848-1942), Nicola Bigaglia (1841-1908), Miguel Nogueira
Júnior (1883-1953), Álvaro Machado (1874-1944) e Miguel Ventura Terra (1866-1919),
parece ter beneficiado com a morte prematura deste último que lhe deixou a
oportunidade de projetar um maior número de obras, sobretudo edifícios
habitacionais e hoteia, passando igualmente em arranjos interiores de
estabelecimentos comerciais. A sua ligação ao ideal republicano também parece
ser um fato determinante na possibilidade de conceber o conjunto de obras que
se lhe conhece. [2]
Norte Júnior, poderá ser considerado
como um arquiteto das Avenidas, não apenas pela grande quantidade de obras que
fez nesse espaço da cidade, mas, igualmente, porque foi aí que concebeu as suas
melhores obras. Estas subordinaram-se à estética historicista e eclética,
expressa principalmente nos elementos decorativos das fachadas, dando
importância ao geometrismo e luxo de alguns desses elementos, com noções de
modernismo Arte Nova. É exemplo perfeito a pastelaria Versailles, no piso
térreo, com o número 15 da avenida da República. Como coordenador técnico em
duas companhias promotoras de construção entreviu em planos de modernização da
cidade; a companhia de Construção Predial e a Companhia de Crédito Edificadora.
A primeira, suportada pelo banco Fonseca, Santos e Viana, não teve sucesso
devido à falta de apoios financeiros. Apenas a Crédito Edificadora permitiu a
Norte Júnior o desenvolvimento da sua arquitetura, de que é exemplo o Palacete
do gaveto entre a avenida da Republica e a avenida de Berna, projetado para
Amélia Pereira Leite. [3]
Neste projeto, Norte Júnior resolve o
gaveto da avenida da República com a avenida de Berna e concebe um palacete de
três pisos, considerado por muitos como o palacete mais ostensivo nesta zona da
cidade. Caracteriza-se pelo luxo do seu desenho, sendo coroado com uma cúpula
dominante e ornamentado com elementos decorativos que lhe conferem um
ecletismo, tanto no exterior como no interior. Os trabalhos de pedra,
inspirados na Beaux-Arts e Arte Nova, são conjugados com detalhes decorativos
em estuque, pinturas e vitrais, que lhe dão um toque britânico de conforto e
luxo, num ambiente Arts and crafts. [4]
Arquiteto da Casa de Bragança,
é também autor de vários projetos, entre os quais os da casa e atelier Malhoa,
em Lisboa, o pavilhão D. Carlos no Buçaco, o Palace Hotel da Curia,
o Grande Hotel do Monte Estoril, o
Hotel Paris no Estoril e o Palácio
Fialho em Faro.
Fez parte da Maçonaria.[5]
A Sociedade A Voz do Operário em Lisboa e a Associação dos Empregados do Comércio em
Lisboa, entre muitos outros edifícios e remodelações são também esboços deste
importante arquiteto.
Em 1908 o industrial Agapito da Serra
Fernandes toma a iniciativa da construção do bairro operário Estrela de Ouro,
à Graça, onde vem
inclusivamente a fixar residência na vivenda Rosalina, habitação localizada
neste mesmo bairro, edificado sob o risco de Manuel Joaquim Norte Júnior.
O Palacete Villa Sousa, na Alameda das Linhas de Torres,
n.º 22, em Lisboa, integrado num grande jardim, delimitado por muro com
gradeamento, a definir gaveto, foi mandado edificar por iniciativa de José
Carreira de Sousa, com projeto de Manuel Joaquim Norte Júnior. O início da sua
construção data de 1911, tendo sido distinguido com o Prémio Valmor de 1912. Os
membros do júri consideraram a Villa Sousa: (...) a mais bella casa
edificada na cidade de Lisboa no anno de 1912. Traduzindo uma arquitetura
civil residencial eclética, destacava-se pela harmonia de proporções e
elegância do seu torreão, pelo trabalho escultórico das cantarias, assim como
pelo recurso frequente ao arco pleno e aos colunelos, característico da obra de
Norte Júnior. Objeto de obras de transformação, ao longo do tempo, esteve para
ser demolido, encontrando-se atualmente em ruínas, mantendo apenas a fachada e
algumas paredes.
Edifício da Sociedade Amor da
Pátria, Horta, 1934
A atual sede da Sociedade Amor da
Pátria, estilo Art Deco, um projeto também da autoria do
arquiteto Manuel Joaquim Norte Júnior, foi inaugurada a 30 de junho
de 1934 e embeleza com a sua originalidade e
a sua sumptuosidade a cidade da Horta que
a abriga. Com justiça, em 1984, foi classificada como
"Imóvel
de Interesse Público".
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