N 14313 – Gonzaga ou A Devolução de Minas por Castro Alves. Drama histórico
Brasileiro em 4 actos. Nictheroy Escola Typográfica Salesiana. 1922. 165 Pgs.
10,5x16cm. Manchas na capa. RARO NO MERCADO.
Foi em 1867 que Castro Alves encenou pela primeira vez o drama Gonzaga ou A
Revolução de Minas, em que propagandeia seus ideais patrióticos e
abolicionistas e faz transparecer seu amor por Eugênia Câmara, atriz portuguesa
para quem escreveu o texto, sonhando vê-la despontar nos palcos brasileiros. A
ela foi reservado o papel de Maria Dorotéia de Seixas Brandão, amante do poeta
Tomás Antônio Gonzaga, centro do triângulo amoroso que se completa com o então
Governador de Minas Gerais, o VI Visconde de Barbacena.
Castro Alves voltou-se para o teatro por duas razões: uma social e outra
pessoal. Sua vocação abolicionista e seu caráter propagandístico, de um lado; e
sua paixão por uma atriz, de outro. Através da primeira, visava o ideal de
Pátria; pela segunda, seria capaz de criar uma peça, para vê-la brilhar nos
palcos. Assim nasceu Gonzaga ou a Revolução de Minas, durante as férias do
autor entre 1866 e 1867, no Recife, quando já vivia sua paixão com Eugênia
Câmara.
A peça foi representada pela primeira vez em setembro de 1867 sob ovações
do público. No ano seguinte apresentou-a a José de Alencar e este a recomendou
a Machado de Assis. Ambos foram generosos com o autor. Mas ele não conseguiu
encená-la no Rio de Janeiro. Em São Paulo, encenou-a com o ator Joaquim
Augusto, ator em grandeza comparável a João Caetano. Mas advertiu-o que se
tratava de um texto para uma platéia acadêmica. Em 1875, entretanto, a peça
saiu no Rio e foi somente em 1881 que Rui Barbosa reconheceu os méritos da
obra.
Segundo Décio de Almeida Prado, o texto está alicerçado sob três pontos
principais: a inconfidência, a abolição e o triângulo amoroso dos personagens
principais. Quanto à Inconfidência, trata-se, de acordo com o autor, do ponto
mais importante historicamente, mas o mais frágil no desenvolvimento do enredo
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