N 19376 – O Evangelho Segundo Jesus Cristo. José Saramago. Editorial Caminho.
Romance, 3ª Edição. 445 Pgs. 14x21cm.
«O Evangelho segundo Jesus Cristo, dizia, é o romance que gerou mais polémica e é a
causa de ter mudado a minha residência de Lisboa para Lanzarote, em Espanha. É
um livro que não projetei, porque jamais me havia passado pela cabeça escrever
uma vida de Jesus, havendo tantas e sendo tão diferentes as interpretações que
dessa vida se fizeram, destrutivas por vezes, ou, pelo contrário, obedecendo às
imposições restritivas do dogma e da tradição.
Enfim, sobre o filho de José e Maria disse-se de tudo, logo não seria
necessário um livro mais, e ainda menos o que viria a escrever um ateu como eu.
Simplesmente, o homem põe e a circunstância dispõe e aqui está o que me impeliu
a uma tarefa cuja complexidade ainda hoje me assusta.»
José Saramago, in A Estátua e a Pedra
Autor de mais de 40 títulos, José Saramago
nasceu em 1922, na aldeia de Azinhaga.
As noites passadas na biblioteca pública do
Palácio Galveias, em Lisboa, foram fundamentais para a sua formação. «E foi aí,
sem ajudas nem conselhos, apenas guiado pela curiosidade e pela vontade de aprender,
que o meu gosto pela leitura se desenvolveu e apurou.»
Em 1947 publicou o seu primeiro livro que
intitulou A Viúva, mas que, por razões editoriais, viria a sair com o título
de Terra do Pecado. Seis anos depois, em 1953, terminaria o romance Claraboia, publicado apenas após a sua morte.
No final dos anos 50 tornou-se responsável pela
produção na Editorial Estúdios Cor, função que conjugaria com a de tradutor, a
partir de 1955, e de crítico literário.
Regressa à escrita em 1966 com Os Poemas Possíveis.
Em 1971 assumiu funções de editorialista no Diário de Lisboa e em abril de 1975 é nomeado diretor-adjunto do Diário de Notícias.
No princípio de 1976 instala-se no Lavre para
documentar o seu projeto de escrever sobre os camponeses sem terra. Assim
nasceu o romance Levantado do
Chão e o modo de narrar que caracteriza a sua ficção
novelesca. Até 2010, ano da sua morte, a 18 de junho, em Lanzarote, José
Saramago construiu uma obra incontornável na literatura portuguesa e universal,
com títulos que vão de Memorial
do Convento a Caim, passando por O
Ano da Morte de Ricardo Reis, O
Evangelho segundo Jesus Cristo, Ensaio
sobre a Cegueira, Todos
os Nomes ou A
Viagem do Elefante, obras traduzidas em todo o mundo.
No ano de 2007 foi criada em Lisboa uma Fundação
com o seu nome, que trabalha pela difusão da literatura, pela defesa dos
direitos humanos e do meio ambiente, tomando como documento orientador a
Declaração Universal dos Direitos Humanos. Desde 2012 a Fundação José Saramago
tem a sua sede na Casa dos Bicos, em Lisboa.
José Saramago recebeu o Prémio Camões em 1995 e o
Prémio Nobel de Literatura em 1998.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de
Sousa, condecorou postumamente, a 16 de novembro de 2021, José Saramago com o
grande-colar da Ordem de Camões, pelos "serviços únicos prestados à
cultura e à língua portuguesas", no arranque das comemorações do
centenário do nascimento do escritor.
Portes Grátis
Para venda: 8€
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